Importância da nutrição no doente oncológico
O cancro tem um grande impacto na vida do doente. Tanto a doença como os tratamentos podem conduzir a alterações no organismo que afetam o estado nutricional do doente, com implicações na qualidade de vida.
No cancro, existe um crescimento de células descontrolado que resulta, geralmente, na formação de um tumor. A doença surge a partir de apenas uma célula que se transforma, devido a fatores genéticos e externos. De entre os agentes externos estão os fatores nutricionais. Deste modo, uma nutrição adequada poderá regular a multiplicação das células cancerígenas.
Além de não cumprirem as suas funções adequadamente, as células cancerígenas apresentam ainda outras alterações. Estas competem com as células “normais” para sobreviver, usando uma série de estratégias que lhes dão vantagem, multiplicando-se. No organismo dos doentes com cancro, ocorrem muitas alterações, havendo maior destruição das células musculares e de gordura, menor formação de novas células musculares, diminuição da entrada de açúcar (glucose) nas células, dificultando a obtenção de energia, entre outros. A perda de células musculares e, logo, a perda de músculo, leva a que os doentes se queixem de falta de força e cansaço, limitando a capacidade para fazer as rotinas do dia-a-dia. Além disso, os tratamentos podem ter diversos efeitos tóxicos, o que, em conjunto com as alterações referidas, origina mudanças na composição do organismo e, muitas vezes, alterações do peso.
Risco de desnutrição
Quando existe um aumento dos gastos de energia e um menor consumo de alimentos, ocorre perda de peso. Entre 8 a 84% dos doentes oncológicos pode vir a desenvolver desnutrição e esta, quando é muito significativa, associa-se a várias alterações no organismo, podendo ter um impacto importante nas funções orgânicas do doente, o que leva a limitações da capacidade funcional, pior qualidade de vida, mais queixas, pior prognóstico e pior tolerância aos tratamentos.
Diversos fatores podem ser a causa ou contribuir para a desnutrição, como o tipo de tumor, a localização, as alterações do paladar e falta de apetite, as aversões alimentares, a depressão, as alterações no aparelho digestivo, entre outras.
Na maioria dos casos de cancro, há aumento dos gastos de energia e não existe uma compensação através aumento de ingestão de alimentos, elevando do risco de desnutrição. Contudo, constata-se, cada vez mais, a existência de doentes oncológicos obesos que, além do excesso de gordura, apresentam perda de massa magra. Esta situação é, geralmente, mais grave. É que, além dos fatores de malnutrição próprios da doença, estes doentes têm fatores de risco associados à obesidade, agravando o prognóstico e aumento as probabilidades do cancro reaparecer. Na verdade, um indivíduo malnutrido, pode sê-lo por defeito (desnutrição) ou por excesso (obesidade), ou seja, um indivíduo obeso pode estar malnutrido.
A nutrição no tratamento do cancro
O tratamento do cancro envolve várias especialidades e os tratamentos são cada vez mais eficazes e individualizados, obtendo-se melhores resultados. Assim, apesar do aumento do número de novos casos a nível mundial, a mortalidade tem vindo, de um modo geral, a diminuir. Todavia, não basta diminuir a mortalidade. É importante que os doentes tenham qualidade de vida.
No doente oncológico, uma nutrição adequada e acompanhada por um Nutricionista ou Dietista contribui para:
- ultrapassar melhor os sintomas
- um melhor estado nutricional
- uma ingestão de nutrientes mais correta
- diminuir as infeções e complicações pós-operatórias
- um menor tempo de hospitalização
- menores limitações associadas à doença e aos tratamentos
- melhor qualidade de vida
- melhor resposta aos tratamentos
- melhoria do prognóstico
Assim, uma melhor nutrição associa-se a mais e melhor vida.
21, Agosto, 2017 @ 0:19
Estimada Professora Dina
Mts parabens !
Gostaria muito de falar consigo
Com estima
Pedro