O meu nome é Beldroega. Os especialistas em botânica chamam-me de Portulaca oleracea e sou uma planta selvagem comestível. Mas, para maioria dos humanos, sou considerada uma espécie de erva daninha, daquelas indesejáveis, que parecem brotar espontaneamente pelos quintais e hortas.
Nos anos 80 fui alvo de alguns estudos bioquímicos e, entre todos os vegetais de folha escura até hoje examinados, sou considerada a melhor fonte de ómega-3.
Ora, o ómega-3 é um dos ácidos gordos essenciais com um papel fundamental, não só no crescimento e desenvolvimento normal do corpo humano, mas também na prevenção e tratamento de determinadas doenças como as cardiovasculares, hipertensão, diabetes, artrite e outros distúrbios inflamatórios e autoimunes e ainda no cancro.
Atualmente posso considerar que a minha notoriedade está em franca progressão. Ainda este ano, a revista científica International Journal of Molecular Sciences reconheceu-me outros efeitos benéficos devido aos níveis elevados que apresento de vitamina C, α-tocoferol, β-caroteno e glutationa.
Os efeitos benéficos da glutationa foram demostrados em estudos clínicos: é capaz de proteger as células dos processos carcinogénicos através da sua ação antioxidante e ligação a compostos químicos mutagénicos, atuando direta ou indiretamente, mantendo os níveis funcionais de outras substancias antioxidantes como as vitaminas C e E, envolvendo-se na síntese e reparação do DNA e aumentando a resposta imune.
Possuo ainda cálcio, magnésio, potássio, ferro e zinco em concentrações que aumentam com a maturação das folhas. Todo este valor nutricional providencia uma ampla atividade biológica, com uma capacidade antioxidante marcada. Portanto, sou um vegetal excelente para incluir na alimentação.
Os que já me conhecem sabem fazer de mim um bom esparregado ou uma sopa deliciosa quando me combinam com outros vegetais. O meu nome é Bel, Beldroega, um vegetal que deixou de ser secreto, ao serviço da sua saúde!
Referências: Simopoulos AP. Omega-3 fatty acids and antioxidants in edible wild plants.Biol Res. 2004;37(2):263-77.; Uddin MK, Juraimi AS, Ali ME, Ismail MR. Evaluation of Antioxidant Properties and Mineral Composition of Purslane (Portulaca oleracea L.) at Different GrowthStages. Int J Mol Sci. 2012;13(8):10257-67.; Ivo Oliveira, Patrícia Valentão, Rosário Lopes, Paula B. Andrade, Albino Bento, José Alberto Pereira, Phytochemical characterization and radical scavenging activity of Portulaca oleraceae L. leaves and stems, Microchemical Journal, Volume 92, Issue 2, July 2009:129-134.

Margarida Vieira, nutricionista, licenciada em Ciências da Nutrição (FCNAUP-1991), mestre em Nutrição Clínica (ISCSEM-2008). Doutorada em Estudos da Criança, na especialidade de saúde infantil pela Universidade do Minho. Membro efetivo da Ordem dos Nutricionistas com a cédula profissional nº 0052N.
Investigadora na Fundação para a Ciência e Tecnologia (2011-2015). Membro do Centro de Investigação em Estudos da Criança – CIEC.
Desenvolve a sua atividade na Investigação e na área da Nutrição Clínica. É autora e coordenadora de projectos de prevenção primária na área da saúde, bem como na organização e dinamização de seminários sobre hábitos alimentares saudáveis, predominantemente em ambiente escolar.
Os seus atuais interesses de investigação, são no domínio da promoção e da comunicação para a saúde, na prevenção do cancro e de outras doenças crónicas.
Responsável pela conceção e coordenação de campanhas para a prevenção do cancro.
Trabalhou no Marketing Farmacêutico e especializou-se em Gestão e Comunicação da Marca (IPAM – 2003).
Autora e fundadora do Stop Cancer Portugal, adotar um estilo de vida saudável.
Usa o novo acordo ortográfico.
Margarida Vieira, nutritionist, is PhD in Child Studies of the University of Minho. Member collaborator of the Research Centre for Child Studies - CIEC.
She is author and coordinator of projects for primary prevention in health care as well as in the organization and promotion of workshops on healthy eating habits in the schools.
Her current research interests are cancer prevention and other chronic diseases and health communication.
Responsible for the design and coordination of the awareness of campaigns for the prevention of cancer.
Worked in Pharmaceutical Marketing and specializes in Brand Management and Communication.
Author and Founder of Stop Cancer Portugal Project.
Beldroegas: ervas daninhas comestíveis » Stop Cancer Portugal
8, Julho, 2013 @ 10:01
[…] Nutricionalmente a beldroega é uma planta medicinal e apresenta várias propriedades benéficas para a saúde. Ela é das melhores fontes de ómega 3, possui cálcio, magnésio, potássio, ferro e zinco em concentrações que aumentam com a maturação das folhas. Se quiser aprofundar os seus conhecimentos sobre esta planta, no que diz respeito às suas propriedades consulte-os aqui. […]
19, Julho, 2013 @ 14:40
Sou gaúcho, tudo que faz com couve mustarda e espinafre e folhas verde como esta maravilha faz-se melhor, um grande abraço e bom apetite.
22, Julho, 2013 @ 12:38
Adorei saber desta maravilha da natureza que Deus nós deu. Pois ela é um bocado teimosa do jeito que a arrancam dos canteiros, tratada como erva daninha. Era para não existir mais
13, Agosto, 2013 @ 18:03
Depois de conhecer a Bel em Tavira, uma memória de há já 13 anos, só este ano a distingui no meu quintal como a invasiva a salvar. Depois de esclarecer com certeza tratar-se da mesma Bel, lá fiquei respeitando seu espaço e incluindo tanto nos meus crus e vapores como no passa palavra e dar prova aos meus próximos. Claro que além do comestível, juntando demais atributos, vou dar vazão a este requintado espécime que por acaso desenvolve sobremaneira e se sobrepõe a outros legumes que teimo em plantar e são aniquilados pelos bichinhos rastejantes.
Oh quem quer?
26, Maio, 2015 @ 1:23
E como saber se é verdadeira ou parecida, venenosa???
26, Maio, 2015 @ 16:30
Olá
Deverá conhecer a planta.
Mais informação aqui: http://www.stopcancerportugal.com/2013/07/08/beldroegas-ervas-daninhas-comestiveis/
14, Junho, 2015 @ 23:03
Experimente dar a um animal de capoeira para confirmar. Mas desde há muitos anos, desde pelo menos 1930, que minha família dá essa erva aos animais e eles morrem de velhice (ahahah). Todos os dias, na minha sopinha também está incluida e, isto desde os anos 70. Mas agora que estou a tomar conhecimento dos seus efeitos benéficos, vou alargar o seu consumo noutros pratos. Esperava que não ficasse anoso tão depressa, mas aí parece não haver nada a fazer. Bons pratos e não tenha receio.
12, Janeiro, 2019 @ 22:40
Excelente artigo, é muito bom saber como essa planta pode ajudar tanto na nossa saúde.
Parabéns pelo site.