Ter à mão dois pés de salsa para muitas das receitas espalhadas em mil livros de culinária e mil blogs é a proposta da rubrica de hoje.
Já imaginou ter o bacalhau, as batatas, os ovos, a cebola e o azeite e não ter salsa? É absolutamente possível acontecer.
No entanto, se faltar a salsa, o bacalhau à Gomes de Sá, as pataniscas e os bolinhos de bacalhau, as iscas à portuguesa e mesmo a canja de galinha estariam longe de ser as verdadeiras receitas. E o molho verde que rega a portuguesíssima salada de polvo?
Resolve o problema ao plantar salsa em 20 centímetros do metro quadrado de terra que tem vindo a organizar para “cultivar” mais saúde.
A salsa é uma erva de folhas verdes escuras, lisas ou frisadas e que possuí um aroma característico, bem diferente dos coentros. Com uma raiz ligeiramente carnuda e profunda, no início da fase produtiva o caule alonga-se e pode atingir cerca de 1 metro de altura.
A salsa é uma cultura de estação fresca, resistente ao frio, mas sensível às geadas fortes. Adapta-se melhor a regiões com temperaturas médias, entre os 7 e os 26ºC e prevê-se um crescimento ótimo aos 20ºC. Tolera mal as temperaturas muito elevadas.
Para uma cultura farta, a terra deve ter boa capacidade na retenção da água e estar bem arejada. Isto é, a terra deve ser mobilizada de modo a facilitar a entrada e a saída de ar e luz. Ao mesmo tempo permite uma melhor captação e circulação de água, contribuindo para o bom desenvolvimento dos seus pés de salsa.
A instalação da salsa executa-se com base nas seguintes indicações:
- Fertilize a terra com 1 mg/m2 de azoto, fósforo e potássio;
- Por sementeira direta, coloque as sementes a uma profundidade de 5 mm;
- As sementes devem estar a uma distância de 15 a 20 cm, o que irá originar um total de 6 plantas em vaso. Se precisa apenas de dois pés de salsa, coloque as sementes a uma distancia de aproximadamente 4,5 cm.
- A rega deve ser diária quando o tempo se apresentar quente e seco;
- Colha a salsa com as suas mãos.
O ciclo cultural da salsa dura em média entre os 80 e os 100 dias. Quer isto dizer que, plantar agora significa ter os seus pés de salsa fresca e grátis em Agosto.
Há séculos que os povos recorrem às ervas aromáticas sem perceberem o porquê das suas ações benéficas na saúde. Hoje, sabe-se que, os benefícios de muitas dessas ervas devem-se ao facto de possuírem inúmeros fitoquímicos. Estes compostos químicos são muito úteis uma vez que estão, como indicam alguns estudos, diretamente relacionados com a diminuição do risco de desenvolvimento das doenças cardiovasculares e de alguns tipos de cancro juntamente com a adoção de um estilo de vida saudável.
Há uma variedade de fitosteróis, triterpenos, flavonóides, saponinas e carotenóides nas ervas aromáticas de utilização comum, como a salsa, que foram identificados através de estudos elaborados pelo National Cancer Institute. As folhas dos pés de salsa que vier a plantar também transportam vitaminas A e C e ainda alguns minerais: fósforo, cálcio, ferro, potássio, cobre, zinco, magnésio e manganésio.
São quatro passos, muito fáceis, para começar a colher pés de salsa caseira. Lembre-se: irão fazer diferença na hora da preparação de alguns dos seus pratos favoritos. Ao mesmo tempo, receba a comparticipação nutricional de umas simples folhas de salsa para preservar a sua saúde.
[fonte]Referências: Alberto Gardé, Nydia Gardé. Culturas Hortícolas Nova Colecção Técnica Agrária. Vol. I. Lisboa: Clássica Editora, 1988.;Almeida, Domingos. Manual de Culturas Hortícolas. Vol. II. Lisboa: Editoral Presença, 2006.;Chaves, Dr. António J.Leal. Viva melhor com as plantas medicinais. Lisboa: Edições Une, 2008.; Craig WJ. Health-promoting properties of common herbs. Am J Clin Nutr. 1999 Sep; 70(3 Suppl):491S-499S. [/fonte]