Ostras ao natural! E em zinco não há igual!

ostrasNa vastidão de alimentos que hoje dispomos, são as ostras que batem o record na biodisponibilidade do zinco. Não há outro alimento, ou parente mais próximo, que se aproxime dos níveis de zinco que uma só ostra transporta.

Uma única ostra, e as ostras médias podem rondar os 12 a 15 gramas de carne, contém 9,2 mg de zinco, quase conseguindo suprir as necessidades diárias neste nutriente. A dose diária recomendada de zinco é de 8 mg para as mulheres e de 11 mg para os homens.

Mas, porque é o zinco tão importante e útil na preservação da saúde? A quantidade adequada de zinco é fundamental para os mecanismos fisiológicos que estão sempre a acontecer no complexo sistema celular do organismo. E a máquina humana, tal como acontece com um automóvel, não pode parar quando está a precisar de algum nutriente; então, todos os nutrientes têm que estar bio disponíveis.

O zinco intervém em diferentes etapas do metabolismo proteico e na atividade de mais de 300 enzimas envolvidas no crescimento e reparação dos tecidos; participa na expressão dos genes e na manutenção do sistema imunitário; envolve-se na maturação sexual, na síntese de hormonas e é responsável pela perceção do gosto. Há estudos que dão indicações sobre os efeitos benéficos do zinco no cancro, quer pela inibição da angiogénese e de citoquinas inflamatórias, quer pelo aumento da apoptose das células cancerosas.

Além do zinco, ainda podemos encontrar, nas ostras, proteínas de alto valor biológico, vitamina B12, cobre, selénio e ácidos gordos da série ómega-3, mais concretamente o ácido gordo docosahexanóico (DHA), o ácido gordo eicosapentaenóico (EPA) e o ácido alfa-linolénico (ALA), todos eles com concentrações elevadas. Estes ácidos gordos exibem propriedades anti-inflamatórias através da inibição da cascata do ácido araquidónico (AA), pela via da ciclo-oxigenase (COX), reduzindo as prostaglandinas pró-inflamatórias produzidas por esta cascata.

A evidência científica tem mostrado que há uma associação entre a inflamação crónica e o stress oxidativo no desenvolvimento de diferentes tipos de cancro. Por outro lado, há estudos epidemiológicos recentes onde se observa uma associação inversa entre o consumo destes 3 ácidos gordos e o risco de cancro da próstata.

Para quem aprecia estes pequenos moluscos, as ostras ao natural são a primeira escolha; para quem nunca as provou, mas está com vontade, talvez deva começar por preparar umas ostras ao vapor, o que pode ser a escolha certa. Os meses de Inverno são ideais para as consumir. As temperaturas baixas permitem que as ostras se aguentem frescas durante mais tempo e esse é um requisito básico para que o seu consumo seja feito com segurança e haja a garantia dos benefícios nutricionais deste alimento.

Referencias: Prasad AS, Beck FW, Snell DC, Kucuk O. Zinc in cancer prevention. Nutr Cancer.2009;61(6):879-87.; Fradet V, Cheng I, Casey G, Witte JS. Dietary omega-3 fatty acids,cyclooxygenase-2 genetic variation, and aggressive prostate cancer risk. ClinCancer Res. 2009 Apr 1;15(7):2559-66.; Stewart-Knox BJ, Simpson EE, Parr H, Rae G, Polito A, Intorre F, Meunier N,Andriollo-Sanchez M, O’Connor JM, Coudray C, Strain JJ. Zinc status and taste acuity in older Europeans: the ZENITH study. Eur J Clin Nutr. 2005 Nov;59 Suppl2:S31-6.; USDA National Nutrient Database for Standard Reference (2011);

Margarida Vieira, nutricionista, licenciada em Ciências da Nutrição (FCNAUP-1991), mestre em Nutrição Clínica (ISCSEM-2008). Doutorada em Estudos da Criança, na especialidade de saúde infantil pela Universidade do Minho. Membro efetivo da Ordem dos Nutricionistas com a cédula profissional nº 0052N. Investigadora na Fundação para a Ciência e Tecnologia (2011-2015). Membro do Centro de Investigação em Estudos da Criança – CIEC. Desenvolve a sua atividade na Investigação e na área da Nutrição Clínica. É autora e coordenadora de projectos de prevenção primária na área da saúde, bem como na organização e dinamização de seminários sobre hábitos alimentares saudáveis, predominantemente em ambiente escolar. Os seus atuais interesses de investigação, são no domínio da promoção e da comunicação para a saúde, na prevenção do cancro e de outras doenças crónicas. Responsável pela conceção e coordenação de campanhas para a prevenção do cancro. Trabalhou no Marketing Farmacêutico e especializou-se em Gestão e Comunicação da Marca (IPAM – 2003). Autora e fundadora do Stop Cancer Portugal, adotar um estilo de vida saudável. Usa o novo acordo ortográfico. Margarida Vieira, nutritionist, is PhD in Child Studies of the University of Minho. Member collaborator of the Research Centre for Child Studies - CIEC. 
She is author and coordinator of projects for primary prevention in health care as well as in the organization and promotion of workshops on healthy eating habits in the schools. Her current research interests are cancer prevention and other chronic diseases and health communication.
 Responsible for the design and coordination of the awareness of campaigns for the prevention of cancer. Worked in Pharmaceutical Marketing and specializes in Brand Management and Communication. Author and Founder of Stop Cancer Portugal Project.