A vida tem várias etapas e o seu fim é isso mesmo, mais uma etapa. E deve ser falada sem tabus. Em pleno século XXI, Profissionais de Saúde e população em geral encaram a morte como um fracasso, algo a evitar e que vai chegar, mas está longe.
Paliar significa cuidar, aliviar. E atendendo bem ao seu significado, não deverão, todos os cuidados de saúde, serem prestados com esse mesmo intuito: cuidar?
Tal como toda a especialidade médica, também a medicina paliativa é personalizada e adaptada a cada caso e respectiva família, e deverá ter a mesma consideração que a medicina curativa. Contudo, tal situação não corresponde à realidade.
Já pensou como se dá tanta importância ao nascer e tão pouca ao morrer? Não são ambas fases da vida?
A Organização Mundial de Saúde define os cuidados paliativos como uma abordagem que visa melhorar a qualidade de vida dos doentes e das suas famílias, que enfrentam problemas decorrentes de uma doença incurável e/ou grave e com prognóstico limitado, através da prevenção e alívio do sofrimento, com recurso à identificação precoce e tratamento rigoroso dos problemas não só físicos, como a dor e outros sintomas, mas também psicossociais e espirituais. São, portanto, cuidados biopsicossociais, prestados por equipas interdisciplinares, quando a medicina curativa não tem efeito sobre a doença. Trata-se de uma especialidade de suma importância, uma vez que se prestam cuidados a doentes crónicos em fim de vida, alicerçados na garantia de bem-estar, com recurso a medidas de conforto, proporcionando dignidade na vivência da doença, nesta etapa.
Apesar de ser conhecida a necessidade dos Cuidados Paliativos, ainda há um imenso caminho a percorrer, de modo a permitir a todos os cidadãos um direito que lhes é devido: dignidade na vida e na morte.
[fonte]Ref. Bibliográficas: Isabel Galriça Neto, Cuidados Paliativos – Testemunhos, Alêtheia Editores, Setembro 2010; Introdução aos Cuidados Paliativos (Unidade Curricular do 2º Curso de Mestrado em Cuidados Paliativos, 2011).[/fonte]