Novo post convidado de Carla Alves dos Santos, Enfermeira no serviço de Oncologia do IPO Porto, Mestre em Saúde Pública.
A infecção pelo vírus do papiloma humano (VPH) é a doença sexualmente transmissível (DST) mais frequente, estimando-se que cerca de 50 a 80% das mulheres contraiam a infecção durante algum período das suas vidas.
Apesar da maioria das infecções ser transitória, principalmente entre as mulheres mais jovens, desaparecendo de forma espontânea por acção do próprio sistema imunitário, em alguns casos a infecção pelo VPH pode causar alterações celulares (displasia) podendo progredir para lesões pré-cancerosas e para cancro.
O vírus do papiloma humano é um vírus que infecta células epiteliais da pele e da mucosa, causando diversos tipos de lesões como a verruga comum e a verruga genital. A infecção por alguns tipos de VPH, considerados de alto risco ontogénico, está relacionada com a transformação neoplásica de células epiteliais, sendo o principal factor de risco para o desenvolvimento de cancro do colo do útero.
A forma de apresentação da infecção pelo VPH poderá ser latente, clínica (verrugas) ou subclínica (sem lesão aparente). Na infecção latente (o vírus “adormece” dentro da célula e não existe replicação viral) quem combate verdadeiramente o vírus é o sistema imunitário do indivíduo infectado.
O tratamento para a infecção pelo VPH (na infecção subclínica quando há sintomas, e na infecção clínica) visa reduzir ou eliminar as lesões causadas pela infecção. A forma de tratamento depende de factores como a idade da paciente, o tipo, a extensão e a localização das lesões. A maioria dos métodos tem bons resultados, não havendo ainda dados que apontem para um procedimento preferencial, pelo que a abordagem terapêutica fica ao critério do médico e do paciente.
Desta forma existem diversas formas de tratamento, tais como, agentes tópicos, que promovem a destruição das células que constituem a lesão (ex. ácido tricoloroacético, 5-fluoruracil, podofilotoxina), imunomoduladores, que estimulam o sistema imunitário no combate à infecção (ex. interferão, imiquimod) e procedimentos cirúrgicos que consiste na remoção das lesões através de diversas técnicas cirúrgicas, como exérese cirúrgica (lâmina de bisturi e cirurgia de alta frequência), electrocoagulação, crioterapia, laserterapia.
Apesar do tratamento, é frequente a ocorrência de recidivas, pelo que a vigilância e acompanhamento médico é fundamental.
[fonte]Fonte de Informação: Idotta R, Fiorino MT, Surace P, Arena F, Scopelliti I. Gynecological screening for HPV infection. ClinExpObstet Gynecol. 2007;34(4):242-3; http://www.ipoporto.min-saude.pt/InfoUtente/hpv.htm [/fonte]