Colhidas ainda verdes ou quando já estão bem maduras, as azeitonas são transformadas principalmente em óleo, aquilo que os Fenícios chamaram de “ouro líquido”, o azeite. É uma designação bastante apropriada, tendo em conta que, na altura, nada sabiam do seu potencial na prevenção das doenças.
As azeitonas e o azeite são ingredientes muito importantes na famosa dieta mediterrânea e há diferentes estudos que os associam a um menor risco de cancro e também de doenças cardiovasculares.
As azeitonas são especialmente ricas em ácidos gordos saudáveis, mas também contêm alguns fitoquímicos específicos: o ácido maslínico e ácido oleanólico, da família dos triterpenóides. Estes fitoquímicos estão concentrados principalmente na pele. Estudos com animais mostraram que o azeite protege a pele, contra os danos induzidos pelos raios UV, e impede o crescimento dos focos de criptas aberrantes do carcinoma do cólon.
Mais recentemente, na revista cientifica The Journal of Nutrition, foi publicado um estudo referindo não só a actividade antiproliferativa dose-dependente destes fitoquímicos, mas também a inibição da proliferação celular por apoptose (termo científico para a morte celular programada) das células humanas HT-29, no adenocarcinoma do cólon, sem toxicidade para as células normais.
Temperar, com um fio de azeite, os vegetais, que naturalmente devem estar em abundância nas duas principais refeições do dia, ou então as saladas, com legumes da época, fornece diversos tipos de fitoquímicos : os que se encontram no azeite e os que se encontram nos legumes. Se nas saladas ainda juntássemos algumas azeitonas, aí sim, seria reforçar a qualidade da dieta, como se de autênticas “pepitas de ouro” se tratasse!
[fonte]Referências: Toussaint-Samat, Maguelonne. (2009), “A History of Food”, Wiley- Blackwell.;Bartoli, R., Fernández-Bañares, F., Navarro, E., Castella, E., Mane, J., Alvarez, M., … & Gassull, M. A. (2000). Effect of olive oil on early and late events of colon carcinogenesis in rats: modulation of arachidonic acid metabolism and local prostaglandin E2 synthesis. Gut, 46(2), 191-199. [/fonte]