O cancro tem graus?
Cada diagnóstico de cancro é acompanhado por um estadiamento, por um grau (de 0 a IV). Mas será que essa terminologia é compreendida por todos? Empiricamente, cada um poderá pensar que um grau I será diferente e mais favorável que um grau IV. Mas o que é que os distingue? Esse será o foco deste post.
As classificações existem para que todos “falem” da mesma forma, para que um termo em Portugal tenha o seu real correspondente em França ou no Japão. O cancro não foi excepção e, de uma forma mais simplista, podem-se incluir os cancros em 5 grandes estadios ou graus: estadio 0, I, II, III e IV. Para enquadrar cada cancro nesta classificação, o médico terá em conta: (i) a localização do tumor; (ii) o número de tumores presente e o seu tamanho; (iii) o tipo de células presentes no tumor; (iv) o envolvimento dos nódulos linfáticos; (v) a metastização. Desta forma, esta classificação é constituída por:
- Estadio 0 – tumor numa fase inicial, confinado apenas ao local onde se originou;
- Estadio I,II,III – quanto maior for o tumor, quanto maior for o envolvimento de estruturas (vasos sanguíneos, etc), outros órgãos e nódulos linfáticos, maior será o número atribuído;
- Estadio IV – o tumor original provocou uma metastização noutro órgão.
A imagem seguinte apresenta uma ilustração dos estadios I, II e III do cancro do cólon.
Apesar de esta classificação pretender englobar todos os cancros, é preciso ter em conta que cada tipo de cancro tem as suas especificidades. Assim um determinado cancro no estadio I não é equivalente a um outro no mesmo estadio.
Esta classificação permite elaborar um plano de tratamento curativo ou paliativo (para controlo dos sintomas provocados pelo tumor, por exemplo a dor) e permite ainda elaborar um prognóstico, ou seja, perspectivar o resultado desse plano de tratamento.
Por norma, quanto menor for o estadio, melhores serão as condições para um tratamento mais eficaz e maior será a probabilidade de sobrevivência. No entanto, é importante não esquecer que outros factores também influenciam, quer a eficácia, quer a probabilidade de sobrevivência, nomeadamente o estado geral do doente, a existência de outras patologias…
24, Junho, 2015 @ 15:43
Boa tarde, desculpem a minha ousadia, mas ao ler o texto sobre sobre o grau atribuído dependendo do tipo de localização do cancro.
Eu gostaria de saber cancro cerebral nível IV como poderá ser interpretado? cancro Glioblastoma é esse o nome que tem no processo.
Poderiam me dar mais informações sobre o mesmo.
Foi operado há 3 anos. Mas o médico tinha falado em ano e meio de vida, embora já tenha aparecido de ramificações, mas que o medico diz que até aqui tem estado preguiçoso. Agradecia imenso saber mais sobre este tipo de cancro.
Obrigado.
25, Junho, 2015 @ 14:47
No site damos informações gerais sobre os diferentes temas, de modo passar uma informação acessível.
Não podemos, nem devemos especificar casos, porque cada caso é um caso.
Mesmo com as informações que nos dá, é impossível adiantar mais alguma coisa. O cancro é uma doença de grande complexidade e só na posse de toda a informação clínica que se encontra no processo clínico do doente, onde há um detalhe adequado do caso, isso é possível e adiantar algum coisa. O que pretende deve ser pedido e discutido com a equipa médica que acompanha o caso.