Ter uma pele bronzeada ainda está na moda. Culturalmente o bronze esteve (e provavelmente ainda estará) associado a um maior poder de compra e status social, pois significa que houve tempo e dinheiro para gastar em actividades de lazer.
O bronzeamento é a resposta protectora da pele ao aumento de exposição aos raios solares, nomeadamente à radiação ultravioleta (UV). Esta radiação estimula a produção de melanina (provocando o aumento de pigmentação acastanhada na pele) originando simultaneamente um aumento da espessura da epiderme – a primeira camada da pele. Esta resposta para além de provocar um bronzeado natural e mais duradouro, aumenta a protecção da pele contra a radiação solar.
Partindo destas premissas foram inventadas formas alternativas de bronzeamento artificial. Os solários, ou câmaras de bronzeamento, são aparelhos que emitem radiação UV, para dessa forma induzir o aumento de produção da melanina. Numa sessão de 15 a 30 minutos, a pele recebe a mesma radiação UV que receberia num dia de praia. Se o bronzeamento natural oferece maior protecção contra a radiação solar, o bronzeamento artificial não. De acordo com a DECO, a protecção do bronze induzido pelos solários é equivalente à conferida pelos protectores solares de factor 2 ou 3. A agravar acresce ainda o facto de que este bronzeamento rápido não ser acompanhado pelo aumento da espessura da epiderme. Ou seja, a pele não fica melhor preparada para os raios solares.
Os solários estão ainda associados a lesões oculares, queimaduras solares, ao envelhecimento precoce da pele e de rugas, bem como à perda de elasticidade e ao cancro da pele. Relativamente ao cancro, cada vez mais estudos concluem que as pessoas que frequentam os solários têm maior risco de desenvolver melanoma, um cancro maligno da pele. Dentro dos frequentadores, o risco parece aumentar quanto maior for o tempo de exposição e número de sessões.
Os solários podem ser utilizados para fins terapêuticos na psoríase, por exemplo, mas nesse caso há um maior benefício relativamente aos riscos e são utilizados de forma controlada e vigiada.
A Organização Mundial da Saúde não recomenda os solários para fins estéticos, alguns países já o proibiram, como é o caso do Brasil. Em Portugal, o acesso aos solários não é permitido a grávidas, a menores de 18 anos e a quem apresente sinais de exposição solar excessiva. Assim, cabe a cada um conscientemente aceitar o preço que o bronzeamento artificial acarreta.