Prevenção do cancro: as causas evitáveis
Um estilo de vida saudável contribui para evitar cerca de um terço dos casos de cancro, pelo que a adoção de medidas preventivas é fundamental para reduzir o número de novos casos (incidência). Assim, na prevenção do cancro, pode-se falar na existência de causas evitáveis da doença.
Em Portugal, a doença oncológica é uma das principais causas de morte. A incidência do cancro está a aumentar anualmente em cerca de 3%. Existem vários fatores de risco para o aparecimento de cancro, os quais podem ser controlados, reduzindo-se o risco da doença. Entre essas causas evitáveis, estão o consumo do tabaco, a obesidade, maus hábitos alimentares e a inatividade física.
Tabaco
O tabaco é causa principal de cancro e de mortes por cancro, seja através do consumo direto, seja como fumador passivo. Estima-se que, aproximadamente, 33% dos diagnósticos de doença oncológica sejam atribuíveis ao tabaco.
O consumo de tabaco está associado a vários tipos de cancro, incluindo: pulmão, laringe, boca, esófago, faringe, bexiga, rim, fígado, estômago, pâncreas, cólon e reto e cérvix, bem como leucemia mielóide aguda.
Hábitos Alimentares
Vários estudos têm investigado a possibilidade de alguns componentes da dieta estarem associados ao aumento ou à diminuição do risco de cancro. Todavia, a maioria dos estudos populacionais ainda não mostrou o efeito de algum desses componentes como sendo causa ou proteção contra o cancro. Os resultados demonstram apenas que o efeito pode estar associado a uma alteração no risco. Quando esta situação se verifica, é necessário o desenvolvimento de estudos randomizados que testem essa possibilidade.
Entre os componentes estudados, encontram-se a acrilamida, o álcool, antioxidantes, adoçantes artificiais, cálcio, carne carbonizada, as crucíferas, flúor, alho, chá e vitamina D.
De acordo com estudos realizados, cerca de 5% de todos os diagnósticos de cancro são atribuídos a maus hábitos alimentares.
Obesidade
Indivíduos obesos podem ter um risco aumentado de diversos tipos de cancro, nomeadamente carcinoma da mama em mulheres pós-menopausa, cancro colo-retal, do endométrio, esófago, rins, pâncreas e vesícula biliar.
Estima-se que cerca de 20% dos diagnósticos resultam de situações de excesso de peso ou obesidade.
Inatividade Física
A inatividade física está associada a, aproximadamente, 5% dos diagnósticos de cancro, existindo evidência consistente que se relaciona com um maior risco de carcinoma da mama, colo-retal e do endométrio.